sexta-feira, 12 de abril de 2013

A revolta do mosquito da dengue é tema da charge


 (Cícero/CB/D.A Press)
Fonte: Correio Braziliense

Dengue já lota hospitais particulares do Rio

Pacientes chegam a esperar horas por atendimento na capital

12/04/2013 - 09:40 - Brasil
O crescimento do número de casos de dengue está sobrecarregando os hospitais particulares da cidade. Até a última contagem oficial, divulgada segunda-feira, a capital já contabilizava 23.735 notificações. Na Zona Sul, foram registrados 524 casos em janeiro, 1.185 em fevereiro e 1.401 em março, totalizando 3.110. Pacientes têm aguardado horas na fila para confirmar o diagnóstico nos principais hospitais. No entanto, segundo a Secretaria municipal de Saúde, não há surto em nenhuma região carioca.
De 1º de janeiro até o dia 6 deste mês, foram contabilizados 92.324 casos suspeitos de dengue em todo o estado, resultando em nove mortes: cinco no município do Rio, uma em Magé, uma em Volta Redonda, uma em Itaocara e uma em Petrópolis. No mesmo período do ano passado, foram 66.099 registros, com 18 mortes. Dos 92 municípios do estado, 44 estão com epidemia.
No mês passado, o volume de atendimentos no Hospital São Lucas, em Copacabana, cresceu cerca de 30% devido aos casos de suspeita de dengue. O hospital contratou mais médicos plantonistas e técnicos de enfermagem. O chefe de emergência do Copa D’Or, Marcelo London, conta que também teve que reforçar a equipe, além de treinar constantemente os médicos para fazer o diagnóstico rapidamente:
— Ainda não temos números fechados, mas posso dizer que, de fevereiro para março, o volume de casos de dengue cresceu pelo menos 25%. Nenhuma estrutura de emergência consegue aguentar com facilidade uma situação dessa. Cada paciente requer uma série de procedimentos, como realização de hemograma, hidratação venosa e reavaliação.
Moradora de Copacabana, a corretora de imóveis Nelly Rodrigues foi diagnosticada ontem com dengue no Copa D’Or, depois de esperar duas horas até ser atendida na triagem:
— Nunca havia tido dengue. Agora, várias pessoas próximas estão ficando doentes. Parentes, amigos e vizinhos já foram diagnosticados
Na região que abrange Tijuca, Praça da Bandeira, Alto da Boa Vista, Maracanã, Vila Isabel, Andaraí e Grajaú, já são 2.219 casos no primeiro trimestre do ano. O número saltou de 376 em janeiro para 865 em fevereiro. Em março, foram 939 notificações.
No Méier, o volume de atendimentos no Hospital Pasteur subiu 35% devido aos casos de suspeita de dengue. A unidade ampliou o serviço de emergência, abrindo três novos consultórios, e ampliou a área de cadeiras de hidratação, totalizando 24. Na região do Grande Méier, foram registradas no primeiro trimestre 1.149 notificações.
Apesar de não ter dados consolidados sobre os atendimentos nas unidades privadas, Josier Marques Vilar, vice-presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Rio (Feherj), diz ser indiscutível que as emergências estão lotadas.
Fonte: O Globo

Verdades e mentiras sobre a dengue


Funcionários da Prefeitura do Rio atuam no combate à dengue

É MENTIRA

1 - Pessoas muito brancas atraem a picada do Aedes?
Não, a cor da pele não aumenta o risco da mordida.
2 - Uma pessoa infectada passa diretamente para outra?
Não, somente a picada do Aedes transmite a doença. Mas é preciso ficar atento se alguém ficou doente pois é possível a presença de mosquitos contaminados no local.
3 - Doação de sangue transmite dengue?
Não. As pessoas que já tiveram dengue não passam a doença por meio do sangue doado.
4 - Mulheres menstruadas têm mais risco de contrair o caso mais grave?
Não, embora o fluxo sanguíneo alterado possa ser sinal de agravamento da doença.
5 - Piscina é foco da dengue?
Não, se a água for tratada com pH e cloro estabilizado nas doses indicadas para água em condições de banho.
6 - Praia é foco de dengue?
Não. Não é provável que o mosquito esteja em uma praia. Seu habitat não é a água salgada e ele prefere sombra. O Aedes aegypti é um mosquito caseiro, que prefere ambientes fechados. Na praia, ele não consegue estabilizar seu voo por causa do vento. Ele não gosta de temperaturas altas.
7 - Uma caixa d'água vazia sem tampa não tem ovos do mosquito?
Nem sempre. Eles podem estar inertes nas paredes. Se houver ovos nas paredes do recipiente e a água da chuva voltar a enchê-lo, os ovos entram de novo no ciclo de vida. O tempo de duração é de 500 dias.
8 - Vacina de febre amarela previne a dengue?
Não. Embora o vetor (mosquito) seja o mesmo, a vacina contra a febre amarela não combate a dengue. Os vírus são diferentes. Não há vacina contra a dengue, apenas testes. Médicos acreditam que possa existir vacina em cinco anos.
9 - Animais caseiros pegam dengue?
Cães, gatos e pássaros não pegam dengue. O mosquito gosta de seres humanos.
10 - Beijar transmite dengue?
Não se passa dengue por beijo nem por relação sexual.
11 - Apenas dengue hemorrágica mata?
Não é só a dengue hemorrágica que pode matar. A forma clássica também pode ser fatal.
12 - Aquário é foco da dengue?
Normalmente não são focos do mosquito. Além de ter água em movimento por causa dos filtros, os peixes são predadores naturais das larvas do mosquito.
13 - Só há risco de pegar dengue no verão?
Não. O mosquito pode atuar em todas as estações do ano, nas condições propícias à sua proliferação.
14 - Todo mundo picado contrai a doença?
Não são todas as pessoas picadas pelo mosquito que contraem a doença. As que têm mais defesas imunológicas podem ser picadas e não contrair a dengue. Há estudos que apontam que o cheiro ou a temperatura da pele podem ser atrativos ou não para o mosquito.
15 - Vela de andiroba impede que o mosquito esteja no ambiente?
Não há comprovação científica da eficácia.
16 - Complexo B impede que a pessoa contraia dengue?
Não há comprovação científica.
17 - Repelentes elétricos e eletrônicos livram a casa do Aedes.
Os elétricos, em líquido ou pastilha, evitam sua presença nos ambientes. Quando em locais ventilados, espalham-se homogeneamente. Os eletrônicos emitem um sinal sonoro, tornando o ambiente desagradável para o mosquito. Não causa danos à saúde. Mas não há garantia de eficácia contra o Aedes. No caso dos repelentes, mesmo que eles evitem a presença do mosquito momentaneamente, assim que seu efeito acabe, o Aedes volta.
18 - Borra de café nos pratos de plantas impede que larvas se desenvolvam para sempre?
O efeito da borra de café é aceito pelo especialista, mas sua eficácia não dura muito tempo. O melhor é eliminar o pratinho.
19 - Uma colher de água sanitária diluída em um litro de água nas plantas impede a proliferação do mosquito?
Não é recomendável porque as substâncias são voláteis e o efeito é passageiro. Também tem que ser calculado na dose certa. Diluída, não tem eficácia. Então, é melhor não usar.
20 - Ao chegar ao hospital é preciso fazer logo a sorologia?
O exame pode dar negativo e a pessoa estar infectada. O melhor é que o médico observe o quadro clínico da doença.
21 - A febre é o sintoma mais grave da dengue?
É justamente quando a febre cede que os sintomas mais graves podem aparecer, como dores fortes no abdome, tonteiras, vômitos, mãos e pés frios, falta de orientação e sangramento.
22 - Só se pega dengue uma vez?
Os anticorpos só garantem resistência ao tipo contraído. Os outros tipos podem ser desenvolvidos e a infecção é provavelmente mais grave.
23 - Calça comprida e meias não previnem a dengue?
Previnem sim, os locais preferidos dos mosquitos são pés, pernas e calcanhares. O ideal é usar sempre calça, meia e sapato fechado, inclusive as crianças.
24 - O mosquito só se prolifera em água limpa?
Ao contrário do que se imaginava, ele também se prolifera em locais sujos.
25 - Fumo de rolo diluído em água espanta o Aedes?
Não há comprovação científica.

É VERDADE

1 - Em casos graves, é preciso voltar à unidade de saúde mesmo sem febre?
Sim. Se, na fase da doença em que a febre cedeu, houver sinais como dor abdominal, tonteira, sangramento e vômito é preciso correr de volta e rápido para a unidade de saúde. Para o leigo, estar sem febre é sinal que a doença melhorou. Isso é um engano. É justamente nessa fase, quando a febre cede, que, nos casos que se agravam, aparecem os sintomas que a pessoa tem que se preocupar: a tonteira, o sangramento, as dores e o vômito.
2 - É possível estar com dengue mesmo se o exame de sorologia der negativo?
Sim. A tendência é que a positividade apareça só depois do quinto dia, antes disso é possível um resultado negativo mesmo se a pessoa estiver infectada.
3 - Pessoas infectadas podem não apresentar sinais da doença?
É verdade. A estimativa é que em torno de metade dos infectados não apresente sinais de sintomas detectáveis. Pode até ter um leve mal-estar, uma dor de garganta, uma quadro de diarreia, mas nada que se pense em quadro clínico de dengue.
4 - A pessoa pode já ter tido dengue e não saber?
Sim, nos casos bem brandos, que não complicam, a pessoa pode estar com dengue e não saber.
5 - Se a pessoa contrair dengue pela segunda vez a tendência é que seja mais grave?
Sim, uma hipótese é que a pessoa infectada desenvolva dois tipos de anticorpos. Um deles, neutralizante, que vai impedir que volte a contrair a doença do tipo que ela já teve. Ou seja, se a pessoa já teve a dengue tipo 2 não terá de novo. Mas não neutraliza outro tipo da doença no futuro.
6 - A chegada da dengue tipo 4 é preocupante?
Sim, o tipo 4 em si não é pior, mas circulando depois que os outros, aumenta a possibilidade de que quem já foi infectado pelos outros tipos possa ser de novo. “Não quero ser profeta do caos, mas essa quinta epidemia provavelmente será muito maior. Se observarmos o que vem acontecendo, embora as equipes médicas estejam ganhando mais experiência, o vírus fica mais agressivo porque circula numa população que já teve outros tipos de dengue”, diz o pediatra e infectologista Edmilson Migowski.
7 - É possível contrair a dengue hemorrágica mesmo sem ter tido o tipo clássico?
Sim. Tudo vai depender da intensidade do vírus e da resistência do paciente
8 - A carga do vírus é diferente a cada caso?
Sim, por exemplo, se a pessoa tiver sido picada por várias fêmeas do mosquito Aedes aegypti pode ter recebido uma carga maior do vírus e terá um quadro de maior gravidade. A lógica que os médicos seguem em qualquer tipo de infecção é a seguinte: carga do agente infeccioso multiplicada pela agressividade do vírus e o resultado dividido pela resposta imunológica do paciente.
9 - A pessoa deve beber muito líquido?
A ingestão de muito líquido é fundamental e pode salvar a vida do paciente com dengue. É preciso beber muita água para hidratar o corpo e fazer muito repouso.
10 - O aumento do fluxo menstrual pode ser sinal do agravamento da doença?
É verdade. O fluxo menstrual aumentado é um dos sinais de alarme. Embora a menstruação, em si, não cause nenhum agravamento da doença. Mas se a mulher infectada estiver menstruada e sentir aumento do fluxo deve procurar a unidade de saúde porque é um dos sinais de que o quadro está piorando.
11 - A fase em que a pessoa está se recuperando deve ser muito observada?
Sim. O fenômeno imune que provoca a saída de líquido dos vasos, causando as hemorragias, é a mais perigosa. A pessoa deve receber bastante líquido pela boca e, se estiver vomitando, deve receber soro por via venosa. A saída de líquido dos vasos torna o sangue mais grosso, a pressão reduzida, os órgãos têm a irrigação diminuída, o que pode causar falência múltipla dos orgãos.
12 - Extremidades frias e tonteira são sinais de agravamento do quadro?
Sim, se a dor no abdômen piorou, se aparece um sangramento na gengiva, no nariz, nas fezes, se o fluxo menstrual está aumentado e há queda da pressão arterial, tonteira e mãos e pés frios é preciso procurar a unidade de saúde com urgência.
13 - É verdade que a aspirina deve ser evitada?
Qualquer medicamento à base de ácido acetil salicílico é totalmente contra-indicado, pois pode acarretar sangramento. Os anti-inflamatórios (Aspirina, Voltaren, Cataflan) reduzem as dores e a febre, mas são perigosos porque promovem pequenas lesões no trato digestivo, que podem gerar hemorragias.
14 - Que a pessoa cria anticorpos?
Quando uma pessoa contrai determinada variedade da dengue, cria anticorpos genéricos, os IGM, que duram de três a quatro meses. Esses anticorpos são capazes de protegê-la mas não de modo completamente eficaz de todas as variedades da doença. Esses anticorpos são substituídos pelos IGG, que são mais específicos e fazem com que o indivíduo não seja mais infectado pela variedade de dengue já contraída, tendo imunidade àquele vírus pelo resto da sua vida. Os IGG aparecem do décimo quinto ao vigésimo dia da doença.
15 - A pessoa deve tomar cuidado com a medicação?
Sim. Embora outros antitermicos e analgésicos possam ser receitados, é preciso que seja com parcimônia porque nenhum medicamente se mostrou totalmente eficaz e seguro em pacientes com dengue.
16 - Que as mulheres são mais infectadas?
Sim. Normalmente, elas ficam mais em casa, um dos locais preferidos dos mosquitos, e usam saias e shorts, deixando à vista pés, pernas e tornozelos, locais preferidos do Aedes aegypti.
17 - O mosquito gosta de sombra e água fresca?
Sim, o Aedes é um mosquito caseiro, gosta de “sombra e água fresca". Seus locais preferidos são embaixo das camas, das mesas, das pias de banheiro e cozinha, nas cortinas. Ventiladores devem ser colocados no chão, porque os locais baixos são os preferidos dos mosquitos.
18 - A pessoa infectada pode transmitir o vírus para o mosquito?
Sim, e o contágio pode aparecer durante seis dias. Ou seja, um dia antes de começar a sentir os sintomas e nos cinco primeiros dias da doença. Se ela for picada pelo Aedes nessa fase, o mosquito poderá contaminar outras pessoas. Logo, é recomendado que as pessoas infectadas usem repelentes para não disseminar a dengue por meio dos mosquitos.
19 - Ar condicionado ajuda a evitar?
Sim, porque o Aedes não gosta de frio e foge de lugares com menos de 18 graus.
20 - Água corrente não tem risco?
Sim, na água corrente o Aedes não prolifera.
21 - As fêmeas do mosquito colocam seus ovos nas paredes dos recipientes?
Sim, as fêmeas põem ovos na parede do recipiente, próximo do nível da água. Mesmo que esteja seco, o ovo sobrevive por aproximadamente 500 dias. Se a água subir e atingir o ovo ele retorna de novo ao ciclo de vida.
22 - Que inseticidas funcionam?
Há duas categorias: os que usam uma substância chamada piretróide (molécula artificial que combate os insetos e que aparece com este nome no rótulo) e os que têm elementos organo-fosforados (que usam querosene na fórmula). A maioria dos aerossóis domésticos usam piretróide, que, segundo especialistas, é menos tóxico para seres humanos. Não devem ser aspergidos diretamente em pessoas, animais, plantas e aquários.
23 - Repelentes corporais devem ser usados?
Sim. Em creme, loção ou aerosol usam em suas fórmulas a molécula de DEET, que forma uma camada protetora sobre a pele. Elementos que aparecem nos rótulos como o MGK e PVO ajudam a potencializar os efeitos repelentes.
24 - Os repelentes devem ser utilizados com moderação?
Sim. A maioria deve ser usada apenas três vezes ao dia e tem duração de algumas horas. Em caso de reações alérgicas, procure um médico. Recomenda-se lavar o corpo antes da reaplicação do produto.
25 - Crianças podem usar repelentes?
Sim, mas apenas a quantidade e o produto indicados pelo pediatra.

Fonte: asacesnamadalena.blogspot.com.br

domingo, 7 de abril de 2013



Descoberta alemã dá novo impulso ao combate à filariose

A "doença tropical" é pesquisada por cientistas alemães, que descobriram uma forma de inibir o verme que pode levar à elefantíase



Cientistas na cidade alemã de Bonn descobriram que, inibindo uma enzima bacteriana, é possível interromper a vida do verme causador da filariose, doença infecciosa que pode levar à elefantíase. A descoberta oferece base para avanços no tratamento, mas os pesquisadores alemães ainda são cautelosos sobre a produção de medicamentos. Pelo menos 160 milhões de pessoas são afetadas pela filariose em todo o mundo.
A equipe de pesquisadores do Instituto Limes e do Instituto de Microbiologia Médica, Imunologia e Parasitologia, ambos da Universidade de Bonn, constatou que o verme parasita responsável por várias doenças tropicais, entre elas a elefantíase, é dependente de substâncias produzidas por bactérias existentes dentro do próprio verme. O parasita precisa de uma troca metabólica com a bactéria para sobreviver.
Os cientistas obtiveram esse resultado ao procurar uma substância que destruísse o verme parasita sem trazer danos ao paciente. Após testes laboratoriais com 18 mil substâncias chegou-se a um ativo capaz de bloquear a enzima ALAD produzida somente pela bactéria e, com isso, matar o verme. O antibiótico contra a enzima bacteriana já existe no mercado.
"O antibiótico doxiciclina age contra a bactéria Wolbachia impedindo o avanço da doença e, em muitos casos, observamos melhora nos sintomas. Aliás, as bactérias combatidas são co-responsáveis pelos sintomas", disse Achim Hörauf, diretor do Instituto de Microbiologia Médica, Imunologia e Parasitologia do Hospital Universitário de Bonn.
Busca por um medicamento para todos
Kenneth Pfarr, da equipe do Instituto, informa, porém, que a doxiclina sob forma de medicamento é contraindicada para crianças e grávidas. Por isso, a equipe de cientistas em Bonn busca em pesquisas paralelas um outro antibiótico que possa ser ministrado em todos os grupos infectados por filariose.
"O antibiótico coralopironina mostrou que ele pode matar a bactéria Wolbachia e curar uma infecção em ratos. Essa substância deve ser testada no futuro em estudos pré-clínicos e clínicos, para que medicamentos possam ser, então, desenvolvidos", esclarece Pfarr.
O resultado do bloqueio da enzima vital ao verme traz esperança para o tratamento da doença, mas os pesquisadores dizem ser necessário seguir com os estudos até que seja produzido um remédio a partir dessa informação.
"Nossas pesquisas dão uma boa base para encontrar, a longo prazo, substâncias ativas mais poderosas para o tratamento da filariose linfática. Mas a eficácia de um ativo mais potente deve ser ainda testada em ratos, antes que ele esteja apropriado para a fabricação de novos medicamentos. É preciso continuar com as pesquisas", explica Christian Lentz, da equipe do Hospital Universitário.
Metas para eliminar a doença
A filariose é uma enfermidade que atinge o sistema linfático. Seu estágio mais grave, e que pode levar à incapacidade, chama-se elefantíase, quando partes do corpo incham exageradamente e a pele se torna grossa e endurecida.
Pernas e, no caso dos homens, a bolsa escrotal são as áreas mais afetadas. Em casos raros, braços, mamas e vulva também podem ser afetados. A elefantíase ainda não tem cura, apenas tratamento ou cirurgia para atenuar os inchaços. No entanto, se a filariose for diagnosticada no início, é possível curá-la com antibióticos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um programa mundial com a meta de erradicar a filariose como problema de saúde pública até 2020. A estratégia é oferecer tratamento anual preventivo a populações de risco. De acordo com a OMS, há no mundo cerca de 120 milhões de pessoas infectadas e 40 milhões desenvolveram elefantíase. Setenta e dois países tropicais e subtropicais estariam vulneráveis à doença. A Índia e o continente africano registram o maior número de casos.
Abraham Rocha, coordenador geral do Serviço de Referência Nacional em Filariose, informa que no Brasil existem cerca de 49 mil pessoas infectadas no Brasil, conforme divulgado pelo Ministério da Saúde. As cidades de Recife, Belém e Manaus contabilizavam mais casos. Dados da Fiocruz mostram, no entanto, que o número de enfermos caiu bastante nessas capitais.
Recife está inserida na meta da OMS por meio do Programa de Controle e Eliminação da Filariose Linfática. Nele são distribuídos comprimidos que interrompem a transmissão da doença. O tratamento coletivo é feito uma vez ao ano por agentes de saúde, que vão de casa em casa.
Os recifenses foram os primeiros a implantar o programa, em 2003. "Há dez anos Recife era a cidade brasileira da filariose. Hoje, depois da inserção no programa da OMS e trabalho dos agentes, o número de casos caiu significativamente não só em Recife, mas também em Olinda e Jaboatão, onde o programa é igualmente aplicado", diz Rocha, que também é pesquisador da Fiocruz.
Pioneirismo brasileiro
Existem diferentes vermes parasitas que causam a filariose. No Brasil, o mais comum é o Wuchereria bancrofti. Segundo Rocha, os pesquisadores brasileiros foram os primeiros a usar ultrassom para a identificação de vermes dessa espécie nos homens. "Através do ultrassom, nós conseguimos identificar os vermes adultos e vivos nos vasos linfáticos da bolsa escrotal", afirma.
Essa identificação teria, segundo ele, mudado o entendimento científico mundial sobre a filariose, principalmente a forma de elefantíase que provoca o acúmulo de água no órgão sexual masculino. "Antes, pensava-se que o verme entupia os vasos linfáticos, mas verificamos que ele não obstrui, e sim dilata os vasos", esclarece Abraham Rocha.
Considerada doença tropical e de regiões pobres, a filariose é verificada sobretudo onde o saneamento básico é escasso, e seu grau crônico, a elefantíase, está diretamente relacionado à falta de higiene. Pesquisadores da Fiocruz asseguram que medidas simples como limpeza com água e sabão nos membros lesionados poderia prevenir a elefantíase, pois evitaria a proliferação de bactérias.
Segundo Achim Hörauf, da equipe de pesquisadores de Bonn, não há estatísticas oficiais sobre o problema em seu país. "Existem, sim, casos de filariose na Alemanha, e são principalmente de pessoas com histórico de imigração e, em situações mais raras, de pessoas que viajaram para países tropicais. Mas não temos números precisos", reitera.
Fonte: Site noticias.terra.com.br dia 27/03/2013

CASOS DE DENGUE AUMENTAM EM 17 ESTADOS E NO DISTRITO FEDERAL
Em Minas Gerais são mais de 130 mil notificações este ano. Para combater a doença foram adotadas várias estratégias.

Jornal Nacional deste sábado começa com os números preocupantes da dengue pelo Brasil. Os casos da doença aumentaram em 17 estados e no Distrito Federal nos três primeiros meses do ano.
A epidemia de dengue se espalhou por dezenas de cidades de Mato Grosso do Sul. De acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, no primeiro trimestre deste ano, comparando com o mesmo período de 2012, as notificações passaram de pouco mais de 1.700 para quase 74 mil.
Em Goiás, o crescimento da doença é de mais de 1.000%. Na capital, Goiânia, onde é grave a situação, soldados do Exército ajudam na triagem de pacientes e no combate ao mosquito.
Em Minas Gerais são mais de 130 mil notificações este ano. Para combater a doença foram adotadas várias estratégias. Na capital mineira, pacientes com sintomas da dengue recebem soro em contêineres. Em Santa Luzia, na região metropolitana, o tratamento é feito em tendas montadas ao lado de unidades de urgência.
A preocupação é maior com crianças e idosos, que, segundo os médicos, estão mais sujeitos a complicações. O cuidado deve ser redobrado com a quantidade diária de líquido que precisa ser ingerida por esses pacientes.
A receita é bem simples. “Uma pessoa entre 60 e 70 quilos vai tomar dois copos no mínimo por hora. Você vai manter a hidratação, você evita complicação, como o dengue hemorrágico, você mantém o coração funcionando, a pressão arterial em níveis normais, que vai oxigenar seu sangue, vai oxigenar seus tecidos”, explica o infectologista Unaí Tupinambás, professor da Faculdade de Medicina de UFMG.
A auxiliar de enfermagem Sônia da Rocha Fernandes não bobeia com os cuidados com a neta. “Tem que ficar no pé”.

Fonte:asacesdamadalena.blogspot.com